domingo, 20 de novembro de 2011

DEMOCRACIA

Uma vertente da minha poesia, porque a considero bastante necessária como motivadora da consciência nacional mobilizadora dos fatores subjetivos do sentimento da cidadania, insprescindível ao fortalecimento e melhoramento duma ética social rumo ao futuro, é a vertente político-social. Nessa perspetiva se integram alguns poemas que vou passar a incluir, também, no meu blog.

PRIMEIRO POEMA:
DEMOCRACIA

Quando a coerência e a razão
puserem laivos de amor
em cada coração,
nesse dia...
será dia de mudança,
o sol voltará a iluminar a esperança
e haverá de novo
flores na rua e risos de criança,
paz e harmonia.

Quando a justiça,
enfim, tiver vencido,
e o amor for um dado adquirido,
houver solidariedade
sem embuste, e com verdade...
e for a voz dos justos libertada,
reataremos a obra começada
num Abril mais florido!...

E ouviremos a música prometida...
a bandeira do amor será erguida
e desfraldada,
a hipocrisia voltará ao seu redil,
e... ver-se-á envergonhada
de tanto embuste e tanto ardil
e será de novo Abril
com cravos muitos mil
na Pátria libertada!...

Quando houver um esforço nacional
(por todos assumido, e, conjugado,
e o resultado desse esforço crucial,
que deve ser por todos dispendido,
seja a todos, justamente, compensado,
para que seja o trabalho motivado...)
para atingir-se o resultado pretendido...

E, quando, já não houver em cada empresa,
o saque abusivo da riqueza,
por parte de alguns boys e de doutores
que compraram canudo ou sem canudo...
levando um quinhão muito chorudo
em vencimentos dourados, tentadores...
e que, na sua qualidade de gestores,
invocando a alta competência...
colocam a riqueza em offshores
e quem trabalha a viver na indigência...

Quando o povo acordar da letargia,
despertar o bovino adormecido...
como disseram o Eça e o Ramalho
referindo-se às forças do trabalho...
irá querer mudar o dia-a-dia,
exigir explicações e ser ouvido.

E, então, ao acordar dessa apatia,
da distração do futebol e da igreja...
para exigir outros princípios e valores,
com outra consciência e energia...
talvez, então, enfim, a gente veja
chegarem dias mais animadores.

Quando isso tiver acontecido,
se tiver varrido o nepotismo,
o compadrio, o amiguismo, a corrupção...
que assola a sociedade portuguesa,
afastado o grande coio de parasitas,
tomada outra atitude e outra ação...
este País rumará noutro sentido,
afastar-se-á da beira do abismo,
será mais forte a consciência da Nação
e haverá, então, um país em que acreditas!...

Quando a violência sobre os fracos for banida,
a justiça em bandeira for içada...
para que a voz dos justos seja ouvida...
e não seja dos fracos a razão acorrentada
e a ação dos ladrões for sancionada
para que seja comedida, e... controlada...
dos barões a gula desmedida...
a justiça reinará,
e... nesse dia... diremos que haverá...
enfim... DEMOCRACIA!...

Matos Serra

1 comentário:

  1. Parabéns meu caro amigo, pelo Blogue que tem um título muito sugestivo e imagem lírica. Quanto ao Poema, apesar de já o ter lido graças à tua simpatia, devo confessar que é sempre um enorme prazer reler as tuas palavras. Combate firme e apelativo!
    Abraço do Zé

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