Som de frescas brisas, searas ondulantes,
alegre a cotovia cantando nos trigais,
meigo o rouxinol deixando os madrigais
no ciciar do vento em notas sibilantes.
Os trinados sinceros dos alados amantes,
o cantar da cigarra em tardes estivais,
da música com versos em tratos conjugais
neste Alentejo ardente em festas e descantes!...
Retiraste à natureza a voz dos elementos
p'ra dares à melodia uma expressão tão pura...
o teu lirismo é fonte d'água cristalina
'spalhada por aí aos quatro ventos...
invade o nosso peito em onda de ternura
porque a voz da planície é como a voz divina!...
Matos Serra
Sem comentários:
Enviar um comentário