ALMA DE POETA E DE PASTOR
Ao lado das ovelhas no acarro,
fruindo a companhia do rafeiro,
tenho junto os alforges mais o tarro,
a corna do conduto e o caldeiro.
Vendo as rôlas pousadas no chaparro
arrolando o seu canto prazenteiro,
a água do barril em fresco barro
pendurado do tronco do sobreiro.
Este é o ambiente donde emana
minha alma de poeta e de pastor,
a fonte promotora dos meus versos...
Calidez da planura alentejana,
meu idílio de graças e de amor
aonde antigos sonhos são imersos.
Matos Serra
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