quarta-feira, 3 de abril de 2013

O MEU RETRATO POÉTICO DE SILVINA

SILVINA, UMA MULHER POR QUEM EU TENHO
MUITA ADMIRAÇÃO, RESPEITO E AMIZADE
   
         ANJO/GENERAL

Esta mulher é anjo e general
que decide, protege e determina,
e, sem perder postura maternal,
orienta, programa e disciplina.

Sendo tão apolínia e racional,
não convive com vícios de rotina...
uma Joana D'Arc que, afinal,
nunca perde a ternura feminina.

Que aparece presente em todo o lado...
organiza, comanda e raciocina,
mas de sorriso aberto e ar folgado...
é, alegre, a sorrir... que nos ensina!

Exemplar couraçada têmpera de aço...
com fracos ou molezas desatina,
deixo este meu poema e um abraço
á excecional pessoa que é SILVINA !...

     Matos Serra, seu fã e amigo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

QUANDO O POVO PERGUNTAR

Quando o povo perguntar:
Porque razão,
com tanta competência na gestão...
(Ao serviço do "enterro" da Nação...)
paga a peso de ouro
múltiplas vezes...
este país entrou na exaustão,
para encher o bolso dos burgueses ?

E ha-de perguntar, ainda mais,
porque, com tantos piratas e ladrões,
continua a pagar os tribunais
que não metem os gatunos nas prisões ?...

Quando em cada serviço
ou cada empresa
cujo esforço e empemho é crucial
para manter o emprego e a riqueza
neste tão empobrecido Portugal...
não pulularem dezenas de doutores
cujo zelo, empenho e competência,
é conhecerem bem as offshores
que puseram o país na indigência
enquanto engordam bem alguns senhores...

E, quando este povo adormecido,
esbulhado do direito conquistado
com a ajuda de um grupo esclarecido
que em Abril lhe mudou o triste fado,
voltar a estar de pé e acordado...

Quando isso acontecer,
se for a tempo...
este povo vai querer
ser escutado...
e irá perguntar se a liberdade
é só p'rós novos condes e marqueses
que acumulam alcavalas de milhões
e, depois, vão falando em igualdade
para apertarem o cinto aos portugueses...

  Matos Serra

INVOCANDO JOSÉ RÉGIO, DILETO FILHO ADOTIVO DE PORTALEGRE.

SE ELE CÁ VOLTASSE AGORA ?.....

  INVOCAÇÃO

Ao professor, ao poeta, à rebeldia...
à lucidez do verbo, ao pensamento,
à clarividência da palavra, à poesia...
à arte de escrever, ao seu talento.

Aqui, onde TU deste chegada
e te integraste na alma da cidade,
corpo pequeno, mas alma avantajada...
que ultrapassa o tempo e a idade!

Tu, que aqui, por entre velhos muros,
expressaste em versos o teu pranto
por esses dias opacos e escuros,
o teu acendrado desencanto...
se voltasses, agora, ao teu país...
constatavas o seu estado e, entretanto,
regressavas, ao céu... muito infeliz.

Aqui, onde deixaste a ansiedade,
em versos que ficaram por fazer,
segundo tu nos dizes noutros versos...
se, agora, aqui viesses à cidade
que tua obra sentiu e viu nascer...
e, em versos, para muitos... controversos,
brotar da tua grande humanidade...
Óh, quanto nos irias tu dizer
e ensinar, e discutir, e esclarecer...
com tua grande e douta autoridade,
em controversos versos... tão diversos...
e das diversas vias por erguer
depois que ABRIL nos trouxe a liberdade !...

Quanto, quanto nos irias tu zurzir
com teu verbo sublime, régio e puro...
por termos deixado fechar em vez de abrir...
as janelas viradas ao futuro !...

Não voltavas a chegar aqui tão perto
depois de veres o nosso desconcerto !....

Reescreverias a tua reportagem
das nossas assimetrias sociais,
depois... preparavas a bagagem,
frustrado pelo inútil da viagem...
Regressavas, ao céu... p'ra nunca mais !...

   Matos Serra