quinta-feira, 25 de julho de 2013

NÃO DEIXEMOS PERDER A LIBERDADE

NÃO QUEIRAMOS SER POVO ESCRAVO E ESTULTO

SONETO DA INDIGNAÇÃO II

Num mar que invada as ruas da cidade
de gente, e que provoque um tal tumulto
que devaste a afronta e o insulto
e nos traga de volta a dignidade!

Não haverá desculpa nem indulto...
se deixarmos perder a liberdade
para voltarmos a ser a sociedade
de um povo... que nos querem, escravo e estulto.


Que, em nome da Pátria e da razão,
se alevantem as vozes num tal grito!...
a despertar a alma da nação...


porque a hora é de luta e é de ação!....
O que pode ser crime ou ser delito
é calarmos a nossa indignação!


  SÓ NÃO SE INDIGNA PERANTE A PÁTRIA
  MALTRATADA... QUEM EM VEZ DE SANGUE
  PORTUGUÊS TIVER NAS VEIAS ÁGUA CHOCA.

    Matos Serra

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O PÁRA ( QUE NUNCA POR VENCIDO SE CONHEÇA)


            SONETO

Desafiando, audaz, as leis da morte...
o pára... é valente e nunca pára,
pertence, em seu país, à gente rara
que lhe serve de escora e de suporte.

Cultiva o ideal de ser forte...
e, por isso, se treina e se prepara...
servindo a Pátria Amada que lhe é cara
treinando-se na arte de Mavorte!

O pára, ao descer do céu à terra,
mantem-se sempre calmo e consciente...
tanto em tempo de paz como na guerra!

Em qualquer imprevisto que apareça
faz sempre jus ao lema transcendente:
"QUE NUNCA POR VENCIDO SE CONHEÇA"


Matos Serra, Tenente-Coronel, antigo instrutor para-quedista
e veterano de guerra.
Soneto dedicado a todos os seus camaradas de armas.

sábado, 6 de julho de 2013

MARVÃO II

CONCURSO DE POESIA TRADICIONAL, DÉCIMAS - 08/09/2001, Último Ano dos Jogos.
TEMA: MARVÃO
TÍTULO: ALEGORIA DO MARINHEIRO
MOTE DE JOSÉ FANHA
CLASSIFICAÇÃO: 1-º PRÉMIO (Entre algumas centenas de trabalhos)

    MOTE
Marinheiro coração,
toda a vida a navegar...
Se um dia vens a Marvão
nunca mais voltas ao mar.
1
Se quiseres vir instalar-te
na poesia e no sonho,
navegar num mar risonho,
habitar um baluarte...
ou... decidires tomar parte
num perfeito galeão
para teres a gratidão
de um oceano de amor...
vem banhar-te em luz e cor
marinheiro coração.
2
Vem abrir a alma ao vento
e viver junto às estrelas,
onde, à noite, podes vê-las
navegar no Firmamento
para lograres o doce intento
desta Barca do Luar...
ou, se queres vir habitar
mesmo pertinho do céu...
vem... que, aqui, o mundo é teu
toda a vida a navegar.
3
Aqui é porto de abrigo
e repouso do guerreiro,
descanso do marinheiro,
trincheira de qualquer perigo...
o céu e a terra contigo
em perfeita comunhão.
Vem viver num bastião
neste imenso Mar do Sul...
Ficarás ébrio de azul
se um dia vens a Marvão
4
Vem ver as águias vogando
no Mar da Tranquilidade,
em perfeita majestade
no seu voo suave e brando.
Se quiseres viver sonhando
sobe a este patamar...
mas... bem te quero alertar
que... se cá vieres um dia,
te envolves nesta magia...
nunca mais voltas ao mar.

Matos Serra in, Alentejo, Suas Belezas, Suas Terras e Suas Gentes.

terça-feira, 2 de julho de 2013

PERMANÊNCIA

Ambos antecipados
pelo tempo
alastramos na planície
a expectativa ácida
dos limos e da espera

naufrágios ilunares
de veias permanentes

Multiplica sangue
nas mãos
e nos rochedos

sentinelas de vento
no cume dos meus
dedos

RECORDANDO

Maria Teresa Horta in, Poesia Completa 1  - 1960-1966