quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JOGOS FLORAIS DA UATI, FARO 22 DE JUNHO DE 2011

EM HOMENAGEM AO POETA, JORNALISTA E EX-ALUNO
DA UATI, DIAMANTINO MARTINS CAVACO BARRIGA, FALE-
CIDO EM 2009.

Nestes jogos florais, com quatro modalidades a concurso, na área da poesia, o patrono, a título póstumo, foi o malogrado Diamantino, tendo sido utilizada uma quadra de sua autoria para mote de uma das modalidades ( POESIA OBRIGADA A MOTE), por acaso uma quadra carregada de muita ternura e muito a propósito, como se ele a tivesse composto já a partir de além-túmulo.
Eu compus os meus trabalhos, e concorri em todas as modalidades, tendo em conta a homenagem a esse grande poeta do Algarve, sempre em invocação a Ele.
A este certame poético, organizado pela UATI, para professores e alunos das universidades para a terceira idade, concorreram, realmente, professores e alunos de várias universidades séniores do país. Eu, tive a honra de ter concorrido pela Universidade Sénior de Portalegre que funciona nas instalações da prestigiada escola Silvina Candeias, e, para meu agrado e da nossa Universidade, conseguimos, por meu intermédio, trazer quatro prémios de poesia.

POESIA OBRIGADA A MOTE
( Com mote do malogrado Diamantino)

TÍTULO: OS SUBTIS CICLOS DA VIDA

MOTE
Uma florinha amarela
No teu caminho nasceu,
Não a pises, tem cautela!
Essa florinha sou eu.

Nos subtis ciclos da vida,
na eterna subtileza
dos mistérios da natureza...
flor é jóia colorida,
a enteléquia florida
que regressa sempre bela!
Para vir compôr a tela
que nos traz a Primavera.
Não é um sonho ou quimera
uma florinha amarela.

Surge no campo pintado
em florida profusão...
Em cada nova estação
se veste de novo o prado
num ciclo continuado,
porque nada pereceu...
Retorna ao seu apogeu
o que estava em letargia...
e que... em cada novo dia
no teu caminho nasceu.

E porque nada se cria...
tudo afinal se transforma...
toma a matéria outra forma,
tudo, apenas, se recria
com uma nova magia...
Novo quadro, ou aguarela...
Cada florinha singela
que parece indiferente...
não sabes se sofre ou sente...
não a pises, tem cautela!

Eu, que fui das criaturas
sensíveis, inteligentes...
agora, os meus componentes,
habitam outras 'struturas...
Deram-se outras conjunturas
num processo já não meu...
Algo, aqui, aconteceu,
sou outro ser transformado
em florinha de ar magoado,
...essa florinha sou eu!

Matos Serra,
Terceiro Prémio nesta modalidade.


CONTINUANDO A HOMENAGEM A DIAMANTINO BARRIGA

MODALIDADE: SONETO

TÍTULO: A MEMÓRIA QUE HABITA NOS TEUS VERSOS

Na memória que habita nos teus versos
é que há p'rá saudade um lenitivo,
porque mostras ali em tons diversos
a forma virtual de estares vivo.

De cotejar teus versos não me privo...
Por isso, é que procuro nos teus dispersos
encontrar um pretexto ou um motivo
p'ra vencer os momentos controversos.

Também voltei a ler as tuas prosas,
a percorrer os textos que deixaste,
a descobrir ali a vida eterna...

A beber nas palavras saborosas
o sumo dos discursos que criaste
no dom da tua escrita sempiterna!

Matos Serra
Terceiro Prémio nesta modalidade

MAIS UM POEMA PELO DIAMANTINO

MODALIDADE: POESIA LIVRE

TÍTULO: A TERNA LOUCURA DUM POETA ( Numa relação com a ideia sugerida no mote)

Eu, cá, não sei até se já te vi
disfarçado nas pétalas das flores,
escondido, mas, vivendo por aí...
p'los jardins e p'los campos de mil cores...

Onde talvez se esconda a Florbela,
quem sabe?... Se Camões ou Bernardim?
De um flor, ou, talvez... a partir dela,
estão mandando poemas para mim?...

Quem sabe? Se... afinal... quando me inspiro,
quando no campo encontro os melhores temas...
das flores ou dos poetas eu retiro
o sopro do meu estro p'rós poemas?...

Visitarei os prados muita vez
para tentar falar com todas elas,
porque tenho uma esperança que talvez
te encontre entre florinhas amarelas.

E levarei a estrofe dum poema,
gritá-lo-ei bem alto p'rá paisagem...
para falar contigo sem problema,
as flores entenderão esta linguagem.

É a tertna loucura dum poeta,
ao invocar um outro, seu amigo...
usarei a linguagem mais dileta,
porque sempre um poema irá comigo.

Que o poeta é presente, nunca parte,
é eterno na sua poesia...
tu, ficaste, através da tua arte...
convives, entre nós, no dia-a-dia!...

Matos Serra
Segundo Prémio na modalidade

SEGUE-SE O ÚLTIMO TRABALHO - O MAIS SIMPLES MAS O MAIS PREMIADO

MODALIDADE: QUADRA

TÍTULO: POESIA É VIDA ETERNA

Um poeta nunca morre,
vive na sua poesia,
que é perene e que concorre
dando à vida fantasia.

Matos Serra
Primeiro Prémio na modalidade.

CONCLUSÃO
Para honra da escola que fui representar, cumpri como me foi possível,
tendo conseguido um prémio em cada uma das modalidades a concurso,
penso que não foi nada mau.

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