Mote de Rosa Pires
MOTE
És
vida, poema e cor
Que
sais da terra fresquinha,
Espelho,
pureza, esplendor,
Fonte
da vila, rainha.
Ao
sair para Vaiamonte,
lá
em baixo, junto à ponte,
paro
e ouço em meu redor
um
eco que vem do monte
e
diz, à velhinha fonte,
és
vida, poema e cor.
Imita
uma voz magoada,
como
de moura encantada
que,
em cada dia, à tardinha,
diz
à fonte emocionada:
Tu,
és, vida renovada,
que
sais da terra fresquinha.
Eu,
ao ouvir essa voz,
lembro
meus pais e avós
que
sempre iam ao sol-pôr
e,
levavam-nos – a nós…
p’ra
ver, com eles, a sós,
espelho,
pureza, esplendor.
Quando,
eu, lá ia, sozinho…
levava
o meu pucarinho
pintado,
com a florinha,
que
eu enchia de mansinho
e
murmurava baixinho
fonte
da vila, rainha.
Matos
Serra
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