quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O FADO - PATRIMÓNIO IMATERIAL E CULTURAL DA HUMANIDADE

QUARTO POEMA
TÍTULO: TOADA FADISTA

Numa guitarra peguei
só para cantar o fado,
não pude cantar, chorei,
por me lembrar do passado.

Curtindo a canção bizarra
que me seduz e conquista,
do estro soltei amarra,
fiz-me poeta e fadista.
Eu, que às vezes, sou canhestro
por não ter regra nem lei,
abri as portas ao estro,
numa guitarra peguei.

Se é o fado que me chama
fico feliz e contente,
venho p'rás ruas de Alfama
para encontrar ambiente.
Quando me sinto inspirado,
quando o estro me domina...
venho à taberna da esquina
só para cantar o fado.

Sempre no fado busquei
alívio para o meu pranto,
porque nele é que encontrei
um conforto quando canto.
Uma noite... não me deitei,
estava triste e magoado...
fui p'rá taberna do lado
não pude cantar chorei.

Se ando triste e deprimido,
se a dor me tolhe ou agarra...
já me tem acontecido
pedir ajuda à guitarra.
Eu, que tenho procurado
dar à vida algum sentido,
fico sempre comovido
por me lembrar do passado.

Matos Serra

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